Não basta ser pai. Tem que participar. Muita gente já ouviu esse ditado, mas várias famílias ainda não colocam em prática esse ensinamento do mundo atual. Principalmente naquelas mais tradicionais, em que o pai ainda se coloca no lugar de provedor de recursos para a casa, deixando para a mãe todas as tarefas relacionadas ao filho. Ou naquelas em que, apesar de se interessar pelas crianças, os pais se limitam ao lazer, enquanto as mães se ocupam de todo o resto mesmo quando trabalham fora. "A família do pai legal e da mãe que dá bronca é muito comum, mas essa não é a forma ideal de criar os filhos", diz o psicólogo Aguinaldo Gomes, da Universidade Estadual Paulista. Por quê?
Principalmente porque a autoridade deve ser exercida por ambos, e de comum acordo. Do contrário, a mãe acaba sobrecarregada com a imposição de ordens e deveres enquanto o pai curte a vida ao lado dos filhos. E isso gera conflitos inevitáveis no casal, pois os pais acabam se aliando às crianças para contestar as imposições maternas. Num momento de descontração, vale até simular essa situação em que o pai se une aos filhos para se "defender" da mãe, mas ela nunca pode se impor na rotina familiar.
E qual é a melhor maneira de dividir os papéis? Depende do perfil de cada família. Quando a mãe cuida da casa o dia todo e o pai trabalha fora, ele precisa ter a consciência de que, ao voltar do batente, as brincadeiras com os filhos são apenas uma parte de suas tarefas domésticas. Vale a pena dedicar algum tempo mesmo que curto a tarefas menos prazerosas, como cobrar a lição de casa e colocar as crianças para dormir. Quando os dois trabalham fora, a dica é a mesma. A diferença é que a mãe precisa compartilhar o tempo de contato com os filhos com o pai. Nesses casos, os dois podem assumir, juntos, as tarefas matutinas e noturnas. E as brincadeiras também.
Fonte: http://bebe.abril.com.br/familia/serpai/conteudo_250340.php
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Não basta ser pai. Tem que participar...
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
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