"Pai, você é muito importante e fico deveras feliz em ver que o senhor é um pai maravilhoso, tive muitos contratempos e informações desvirtuadas em relação a sua pessoa quando criança. Não da mamãe mas de outras pessoas, porém mal eles sabem o quanto eles me fizeram bem em apresentar seus maiores defeitos, pois quando descobrir suas qualidades percebi que os defeitos que tinhas era muito pequeno em relação ao que és. E é assim que até hoje conheço as pessoas, primeiro encontro os defeitos para me surpreender com as qualidades e dessa forma vou vivendo.
Eu amo muito o senhor, e, a cada dia que passa que lhe conheço mais, amo mais ainda.
Feliz aniversário é o que desejo a você... tanto eu, quanto o Alan e o Kennedy que está lhe conhecendo agora também já o admira.
Desejamos ao senhor tudo que Deus possa lhe permitir para que sejas feliz e muito feliz com muita saúde e amor.
Um abraço e um beijo de cada um de nós.
Mamãe, Kennedy, Kassya, Alan e eu".
(trecho retirado da carta enviada ao meu pai).
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Mesmo atrasada Feliz aniversário pai
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário