Só sendo paraense pra entender o texto!
Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás.
Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui.
Chequei tarde só tinha peixe dispré. O maninho que estava vendendo
tinha uma teba de orelha do tamanho dum bonde. O gala-seca espirrou em
cima do tamatá do moço que tinha acabado de comprar, e no meu tembéim.
Ficou tudo cheio de bustela...Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não.
O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo.
Saí dalí e fui comer uma unha.
Escolhi uma porruda! Égua, quase levei
o farelo depois. Me deu um piriri.
Também...perece leso, comprar unha no veropa.
Comprei uns mexilhões, um cupu e um pirarucu, mto fiiiiiirme, mas um pouco pitiú.
Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo
graça. Eu pensando com meus botões...ÊEEEE, ela já quer... Mas, veio
um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram...Fiquei na roça, levei o
farelo. O sacrabala veio cheio e ainda começou a cair um toró,
égua-muleke-tédoidé, pense num bonde lotado.
Eu disse: éguaaaaaaaa, voimbora logo.
No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa
aquele calor muito palha. Uma velha estava quase despombalecendo. Daí
o velho que tava com ela gritava arreda aí menino pra senhora sentar
aí do teu lado. O menino falou: Hmm, tá, cheiroso..
Outra:
Ingredientes
•2 litros de tucupí
•4 dentes de alho
•1 colher (chá) de sal
•4 pimentas de cheiro
•2 maços de jambu
•1/2 kg de camarão salgado (seco)
•1/2 xícara (chá) de goma de mandioca
•Pimenta de cheiro
Modo de preparo
•Coloque em uma panela o tucupí, tempere com alho, chicória, alfavaca e sal.
•Leve ao fogo e deixe levantar a fervura.
•A seguir baixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por 30 minutos.
•Cozinhe o jambu em água quente, deixe cozinhar até os talos ficarem macios, retire e escorra.
•Reserve.
•Retire a cabeça do camarão e deixe de molho em uma vasilha com água para retirar o sal.
•Ferva 4 xicaras (chá) de água com sal à gosto, dissolva a goma em uma vasilha com água fria.
•Acressente ao poucos na água fervendo, até ficar um mingau grosso, ou, ao ponto de sua preferência.
•Sirva em uma cuia nesta sequência: duas colher de sopa de tucupí, uma concha de goma, uma concha de tucupí, algumas folhas de jambú e 5 camarões, sal e pimenta à gosto.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Só sendo paraense pra entender o texto!
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
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2 comentários:
Gostei da historia. Foi uma grande oportunidade para verificar o meu contato com a língua paraora. O difícil é seguir a receita. Faz uma numero de anos que nao tenho contato com os ingredientes, nem em forma separada, nem juntos. (Eli)
Assim que chegares aqui, lhe prometo que faço um belo prato paraense... seja:
* Caranguejo no Tucupi;
* Caldeirada (Dourada no Tucupi)
* Outras mais
Quero lhe dizer que esta menina aqui não é uma expert nas grandes comidas, mas quando entro pra cozinha, não passo vergonha... pois nem cachorro come... por que não sobra...
(rs)
Beijos com saudades
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