Muitas vezes buscamos o amor na perfeição, achamos que uma rosa não deveria ter espinhos e que tudo deveria ser as mil maravilhas... Ledo engano.
A gente tem aquela idéia de que vamos encontrar a alma gêmea para sermos felizes. Não acredito mais nisso... passei muito tempo procurando minha alma gêmea... hoje estou com uma pessoa oposta a mim e sou feliz com ela. Lógico que temos nossas diferenças e meus momentos de insatisfação... isso é normal acredito que ele também.
O fato é que se por ele eu estou nutrindo um amor, é um pequeno arbusto que a cada dia deve ser regada para crescer e dar bons frutos. Nascemos com dons necessário para sermos felizes, independentemente de com quem estamos, onde estamos e quando estamos e por ai vai... A felicidade é uma escolha pessoal, eu posso escolher ser feliz ou não... depende de mim.
Já faz um tempo em que eu pedi a Deus uma pessoa para ser meu companheiro... já tenho. Deus é maravilhoso me atendeu no tempo certo e com ele estou formando minha família. Tudo bem que as vezes há uma confusão em saber quem somos.
Tudo o que somos, sentimos e vemos tudo o que entendemos como mundo é reflexo do que temos dentro da gente. Assim, se somos felizes ao lado de alguém que amamos é porque nos tornamos capazes de sentir felicidade e de amar. E se somos tristes e insatisfeitos, também é porque estamos exercendo nossa capacidade de sentir tristeza e de não nos satisfazermos com o que temos.
Somos pessoas e pessoas são eternamente ímpares. É o que cultivamos e alimentamos em nós que nos faz ser como somos. A única pessoa que temos e por quem realmente somos responsáveis é a gente mesmo.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Continuando o extravaso de amor
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
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