Hoje eu estava com vontade de escrever no meu blog... não twitei... 140 caracteres é muito pouco pro tanto de coisas que eu quero falar.
Estou com um turbilhão de coisas para escrever e não sei nem por onde começar, tanto que estou escrevendo o que estou pensando neste momento... as palavras estão surgindo não sei de onde.
Tem momentos que minha cabeça está tão cheia que a única forma de extravasar é justamente escrevendo, não é a toa que fui fazer ciências sociais. Acredito que é o único curso capaz de me dar um completo prazer. Já fiz muitos outros cursos. Mas esse, exatamente esse me preenche.
As vezes penso em me definir, mas como é que eu mesma posso me definir. Não sei. Só sei dizer que muitas vezes não sei.
Hoje fiquei pensando no que é amor... achei que para muitos amor é sexo... puro sexo, para outros é um momento de êxtase. Momento que não sabemos quem somos e nem por que estamos ali naquele momento. Eu não sei definir o que é o amor... muita gente acha que é fácil e cita algum poema... definindo o amor. Não estou aqui dizendo que os poetas não sabem o que é amor... não. Até por que eles não escreveriam tão grandes coisas sobre esse sentimento se não sentissem.
Mas para mim o amor é uma mistura do tudo com o nada... pois existem momentos que queremos a pessoa só pra nós em um lugar só nosso e desfrutá-lo de todas as formas e sermos desfrutadas também.
Amor é reciprocidade, é preciso haver uma entrega entre ambos, do todo pela parte e da parte pelo todo.
Antigamente vivíamos com um certo modelo de amor, o amor por conveniência, era preciso ter posses para poder desfrutar do amor... mas lendo alguns pontos históricos discordo desse modelo de amor.
No mundo em que vivemos atualmente o amor muitas vezes ainda é por conveniência, mas não mais por dote. Mudou! Talvez agora seja por carência afetiva.
Podemos muitas vezes estar do lado da pessoa que nos proporciona momentos de felicidade mas podemos estar carentes. Já aconteceu isso com você?
Às vezes há uma necessidade apenas de um afago. Ou seja, como diz Zigmunt Bauman o homem moderno busca o outro pelo horror à solidão, mas mantém o outro a uma distancia que permita o exercício da liberdade.
Às vezes nos sentimos inseguro em relação ao amor, essa fragilidade do amor, lado a lado com sua maldita recusa em suportar com leveza a vulnerabilidade.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
QUERO GRITAR EXTRAVASAR... DE AMOR!!!!
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
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