Hoje vou falar de uma pessoa maravilhosa que é muito presente em minha vida. Minha mãe. Mas antes de falar dela preciso explicar algo, para que não se confundam. Sabe, aquela postagem que coloquei aqui no meu blog dizendo “59 anos de casados – eles são meus ídolos”, pois é lá ta escrito que eles são meus pais, mas na verdade eles são pais de minha mãe Aluiza ( genitora), porém eles me criaram, e na minha cabeça eu tenho dois pais e duas mães, e ai de quem diga o contrário. (rsrs)
Quando pequena vi minha mãe, saindo todos os dias para trabalhar, morávamos no Bengui, onde ela hoje ainda mora, mas não na casa que hoje é de alvenaria, não! Era uma casa de madeira, que tinha uma bomba d’água manual, não tínhamos pia, era um girau, nosso chuveiro era a cuia, e o meu quarto com meu irmão era a sala, mas minha mãe me ensinou a dar valor nas coisas que tínhamos, mas não a se conformar, sempre a lutar, porém com dignidade.
Garanto a todos que não foi na universidade que conheci o que era movimentos sociais, foi com ela e com os companheiros dela de luta, que hoje são meus companheiros.
Minha mãe parecia que tinha bola de cristal, pois por mais tempo que ela passasse fora, ela sabia tudinho o que tínhamos aprontado (nem conto pra vocês que os vizinhos nos derrubavam... rsrs). Não tínhamos dinheiro pra pagar babá, portanto, quando minha mãe saia de casa, nos deixava e dizia que eu e meu irmão éramos responsáveis pela casa. Mas tinha as nossas vizinhas que nos olhava de vez em quando, pra saber se estava tudo bem por lá.
Vi minha completar 50 anos e ter uma festa maravilhosa e merecida!
Mas depois meu desespero foi total ao perceber que por um instante eu poderia perder minha mãe, quando ela teve AVC... eu todos os dias chorava, mas não podia chorar na frente de ninguém, por que isso ela me ensinou, a não demonstrar fraqueza!
Médicos me disseram que talvez ela não voltasse a andar, porém mais uma vez ela me mostrou como ela é forte, pois com três meses que havia saído do hospital não sentou mais na cadeira de rodas, pois passou a andar com nosso amparo, e hoje já até sai sozinha... pra mim é uma felicidade, eu imagino pra ela.
Eu digo pra vocês, que aqui estão lendo. Ela é uma guerreira, lutadora.
Ela nos criou num bairro dito perigoso, pela quantidade de violência existente lá, mas sempre nos mostrou o que iria acontecer conosco se fossemos por aquele caminho, que alguns colegas nossos enveredaram. Nos mostrou que o Bengui, não era apenas um bairro cheio de bandidos. Nos mostrou que lá era um bairro que tem história de luta no movimento social, que muitos movimentos se iniciaram por lá, que se hoje temos ruas asfaltadas em algumas localizações é pela luta da Associação dos Moradores, do Emaús, da Igreja e outras mais.
- Mãe, a senhora é parte desse sonho realizado!
Te amo mãe!
Um comentário:
Walquiria,
Tens razão em ser curuja dela.
Que continue a curti-la.
Que todos nos possamos curtir nossas mães em vida.
Quem sabe um dia a gente senta pra conversar com ela.
Grande bjo no coração.
Luiz/RS
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