quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para você Luiz




A modernidade líquida – um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível – em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido. Zygmunt Bauman, um dos mais originais e perspicazes sociólogos em atividade, investiga nesse livro de que forma nossas relações tornam-se cada vez mais "flexíveis", gerando níveis de insegurança sempre maiores. A prioridade a relacionamentos em “redes”, as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade – e freqüentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual –, faz com que não saibamos mais manter laços a longo prazo. Mais que uma mera e triste constatação, esse livro é um alerta: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a nossa capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Como exemplo, o autor examina a crise na atual política imigratória de diversos países da União Européia e a forma como a sociedade tende a creditar seus medos, sempre crescentes, a estrangeiros e refugiados. Com sua usual percepção fina e apurada, Bauman busca esclarecer, registrar e apreender de que forma o homem sem vínculos — figura central dos tempos modernos — se conecta.

Um comentário:

Flavio Lara disse...

Wal querida,
A ameça não é a liquidez das relações humanas, pois quanto mais liquido maior capilaridade e supostamente maior comunicação. A ameça é a liquefação do nosso amor, nossos sentimentos, nossa humanidade, nossa sensibilidade, nossa solidariedade pela falta de nutrientes transportados nessa liquefação. Se não há nutrição de amor e liquifação amorosa, tem-se lavagem desse amor, superficialidade desse amor e consequente enfraquecimento e até morte desse amor. Eis a questão que flagela nossos tempos de "modernidade".
Carinho amigo e amor bem nutrido para voce - Flavio Lara